quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ainda vão dizer que o Bush era um génio

A agenda neo-conservadora, esse filofax diabólico de onde vem saindo tudo o que é intervencionismo americano desde há 10 anos está, finalmente, a provar que tinha razão: a invasão libertação do Iraque veio mesmo provocar um efeito domino de democratização no médio oriente (o norte de África, como sabemos, fica na Ásia, por causa da teoria do movimento teológico das placas).
O único problema é que o primeiro ditador a cair era precisamente um dos grandes favoritos e aliados do ocidente, como a ausência inicial de indignação nos media demonstrou. E depois da Tunísia, esse outro aliado ocidental e modelo de pluralismo que é o Egipto está a começar a ver contestação nas ruas, apesar de ter um presidente eleito pela enésima vez com 96% dos votos e umas forças armadas com o dedo leve no gatilho.
Com um bocado de sorte, o movimento ainda alastra a sítios com governos realmente maus, como a arábia saudita. Esperemos sentados. Confortavelmente.

De qualquer forma, a política bushista começa a apresentar resultados. Como tudo o que saiu daquela presidência, no entanto, estes não se parecem nada com o plano inicial que, se bem me lembro, era qualquer coisa como: vamos dar cabo do Iraque para ficar com uma base para ameaçar o irão e a síria e assim trazer a democracia para a região e segurança para Israel (mas não tanta que os nossos amigos sauditas, egípcios, tunisinos, etc, se lixem também).

ps: é curioso como um vendedor de rua que se imola numa terreola na tunísia tem força para revolucionar um país, dar esperança a uma região, provocar terror numa classe dirigente corrupta e venal e, mais difícil que tudo, fazer um blog que não posta nada desde sei lá quando (falta de pachorra) voltar à actividade.