quinta-feira, 12 de março de 2009

Católicos e judeus, unidos enfim


A Igreja Católica e as comunidades judaicas ortodoxas de Nova Iorque encontraram uma causa comum: impedir a aprovação de uma lei que prolonga o período de tempo que o crime de abuso sexual de menores leva a prescrever.

A maioria repubicana no senado regional tem impedido a passagem da lei até agora, mas as recentes vitórias dos democratas vieram alterar o panorama político, tornando possível a sua eventual aprovação.

Porque é que os políticos republicanos que só falam de proteger a moral, os valores familiares e os bons costumes se opõem à proteção de crianças contra as tendências predatórias dos padres católicos e, pelos vistos, dos rabinos também? A lei é acusada de não passar de uma conspiração liberal para levar à falência a Igreja Católica da região (eles lá devem saber o que andaram a fazer com os meninos de coiro estes anos todos).

Mas se esse risco de falência existe, Não será porque os pecados foram cometidos? Porque é que os pecadores hão-de escapar ao devido castigo? Ser um homem de Deus não é uma atenuante, é uma agravante. O que pode ser mais errado do que perverter "Deixai vir a mim as crianças"?

Pode ser que errar seja humano, e perdoar seja divino. Mas proteger os abusadores em vez das vítimas é desprezível.

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