segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

As coisas estão a aquecer (ou não, depende com quem se fala)


Havia o risco da conferência sobre o aquecimento global de Copenhaga dar em alguma coisa. Afinal, até os maiores poluidores, como os Estados Unidos, aceitam finalmente que nem tudo no futuro do planeta é cor de rosa. Era desta que os dirigentes mundiais iam fazer qualquer coisa.

Era preciso fazer alguma coisa.
Naturalmente, e por pura coincidência, começaram a aparecer entrevistas com cientistas reputados que dizem que as coisas não são bem assim, e escândalos atempadamente desacreditando cientistas. A malta do “eu sabia que o aquecimento global é treta” está a sair dos buracos outra vez, com aquele ar triunfante de quem acha que ganha quando os outros perdem.

A tendência para o alarmismo apocalíptico dos media (ver a gripe suína) também não ajuda. Meia hora de programação e até o mais convicto seguidor do Al Gore começa a achar que se calhar andam a exagerar um pouco.

Não importa que os dados científicos sejam considerados incontroversos já há alguns anos, pela esmagadora maioria da comunidade científica. Tal como a teoria da evolução, o aquecimento global é uma daquelas coisas que, por muita evidência que tenham a seu favor, vai sempre ser controversa. Porque vão contra os interesses estabelecidos de muitas corporações (empresas, igrejas) e porque, ao contrário do clima e das espécies, há coisas que não evoluem.

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