2001 - Odisseia no espaço. Pessoas voam para uma estação orbital em vaivéns espaçosos e confortáveis, com hospedeiras de bordo e tudo. Ou talvez já fossem Assistentes de Voo. A estação tem gravidade artificial. O único som que se ouve no espaço é o Danúbio Azul. Também há bases lunares. A inteligência artificial é uma realidade. O Homem chega às luas de Júpiter e descobre que não está sozinho.
2008. Uma Bimbi com rodas chamada Phoenix Lander recolhe um pouco de solo marciano com uma pá escavadora, aquece-o no seu interior e *ping* está confirmado que há mesmo água em Marte.
Perdoem-me se não salto de entusiasmo.
A confirmação de uma coisa que já se sabe há anos, programada para ocorrer ao mesmo tempo que se comemora os 50 anos da NASA, está muito longe de onde a corrida ao espaço deveria estar em 2008. Quem viu o filme 2001, quem seguiu a série Espaço 1999, esperava mais, esperava melhor e tinha a certeza que ia ser mais cedo.
Para uma criança nos anos 70, era inconcebível que em 2008 ainda não houvesse carros voadores, robôs inteligentes, pistolas de raios ou uma simples pegada humana em Marte.
O ano 2001 encerrava uma promessa quase mágica para um adepto da ficção científca. O milénio não era o fim do mundo, era um mundo novo. Agora que a data passou, com um bocejo, tudo o que temos para mostrar como triunfo do engenho humano são sondas não tripuladas.
Em 2008, a ida de humanos a Marte, ou mesmo o regresso de pessoas à Lua, continua distante, e o único livro/filme de ficção que parece cada vez mais próximo de se tornar realidade é uma data mais antiga, mil novecentos e oitenta e quatro.
Por estes dias, ficava mais entusiasmado se a NASA desencantasse água no Darfur. Não só resolvia a causa fundamental do conflito como saía muito mais barato. E, como é pertinho, talvez até conseguissem enviar um ser humano.
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