Israel trocou 19 prisioneiras palestinianas por um vídeo de 2 minuto e meio que mostra Gilad Shalit (o sargento raptado pelo Hamas em Junho de 2006) de boa saúde.
É frequente Israel soltar centenas de prisioneiros por um ou dois soldados, ou mesmo pelos cadáveres de soldados. Os palestinianos sabem bem disso, e tentam sempre obter o melhor negócio possível.
No que toca a trocas de reféns, sempre houve uma enorme diferença entre o valor de vidas israelitas e palestinianas. Estas diferenças não acontecem por a vida de um israelita ser mais importante (é, mas só para os israelitas) mas simplesmente porque é muito difícil e ainda mais raro que os palestinianos consigam apanhar algum, vivo ou morto.
Quando o fazem, fazem-no render o mais possível: se por um DVD de Gilad Shalit o Hamas recebe 19 mulheres, pela sua libertação pedem até 1000 prisioneiros (de preferência antes das eleições de 2010). Pode parecer muito, mas Israel tem 11 mil prisioneiros palestinianos (alguns até são terroristas) para a troca.
Se acrescentarmos a esta contagem de cabeças os mais de 1000 mortos da recente invasão da Faixa de Gaza (desencadeada, entre outras coisas, para libertar o sargento Gilad) as contas finais deste caso tornam-se ainda mais absurdas.
Os governos de Israel sempre negociaram com os seus terroristas. O caso de Shilat está a demorar mais porque ainda não foi encontrado o preço certo, isto é, o número de prisioneiros que pode ser apresentado pelos dois lados como um triunfo. Mas se há coisa que toda a gente sabe fazer no Médio Oriente é regatear. E árabes e israelitas são mais parecidos do que gostam de admitir.
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