Dias depois, já noutro ano mas ainda nesta década de merda que nunca mais acaba, o governo liberal do prémio Nobel da paz anunciou que os 30 detidos iemenitas da prisão de Guantanamo (sim, continua aberta) afinal não vão ser libertados.
A razão porque iam ser libertados é que nunca fizeram mal a ninguém, apenas conheciam alguém que tinha um primo cujo cunhado disse que era da Al Qaeda numa festa do escritório para impressionar uma estagiária.
A razão porque já não vão ser libertados (depois de 9 anos de prisão sem culpa formada), é que eles são do Iémen, e o homem das cuecas avariadas terá recebido treino neste canto mais ou menos esquecido da península arábica.
E então? E então, se calhar quando eles voltarem para casa vão ser contactados por terroristas e, não tendo aprendido nada nos seus 9 anos de cativeiro, vão ser seduzidos com um timeshare no Palm Dubai e 72 virgens no além e tornar-se bombistas suicidas eles mesmo.
Para não falar no perigo dos terroristas passarem a conhecer os métodos de “interrogação” dos Estados Unidos em primeira mão, em vez de verem as recriações na CNN.
Moral da história: se foram parar a Guantanamo porque, em tempos, conheceram um terrorista (talvez), agora não podem sair porque podem conhecer um no futuro (quem sabe).
“Sim, a gente pode” tem um significado cada vez mais diferente do que tinha antes do candidato da mudança se ter tornado no continuador da matança.
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