quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Danos colaterais de um par de cuecas explosivo


Um nigeriano tentou fazer cair um avião no dia de Natal com um dispositivo exclusivo que levava nas cuecas. Correu mal (um wardrobe malfunction, como diria a Janet Jackson).

Dias depois, já noutro ano mas ainda nesta década de merda que nunca mais acaba, o governo liberal do prémio Nobel da paz anunciou que os 30 detidos iemenitas da prisão de Guantanamo (sim, continua aberta) afinal não vão ser libertados.

A razão porque iam ser libertados é que nunca fizeram mal a ninguém, apenas conheciam alguém que tinha um primo cujo cunhado disse que era da Al Qaeda numa festa do escritório para impressionar uma estagiária.

A razão porque já não vão ser libertados (depois de 9 anos de prisão sem culpa formada), é que eles são do Iémen, e o homem das cuecas avariadas terá recebido treino neste canto mais ou menos esquecido da península arábica.

E então? E então, se calhar quando eles voltarem para casa vão ser contactados por terroristas e, não tendo aprendido nada nos seus 9 anos de cativeiro, vão ser seduzidos com um timeshare no Palm Dubai e 72 virgens no além e tornar-se bombistas suicidas eles mesmo.
Para não falar no perigo dos terroristas passarem a conhecer os métodos de “interrogação” dos Estados Unidos em primeira mão, em vez de verem as recriações na CNN.

Moral da história: se foram parar a Guantanamo porque, em tempos, conheceram um terrorista (talvez), agora não podem sair porque podem conhecer um no futuro (quem sabe).
“Sim, a gente pode” tem um significado cada vez mais diferente do que tinha antes do candidato da mudança se ter tornado no continuador da matança.

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