quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Afinal, não foi o fim do mundo


O governo suiço proibiu a UBS de partilhar os nomes dos seus clientes com o governo dos Estados Unidos.

A sacra inviolabilidade do segredo bancário suíço foi reposta.

Os americanos que fugiram aos impostos canalizando o seu dinheiro para a Suíça continuam seguros, na companhia de criminosos de guerra nazis, ditadores do terceiro mundo e mafiosos em geral, que continuam a usar a pequena e neutral nação alpina para escaparem à justiça com todo o seu dinheiro (menos uma comissão, que os suiços também precisam de ganhar a vida).

Coisas que eu gosto na América



Até os misantropos sentem necessidade de ser engraçados para a audiência.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A mudança está a chegar ao Afeganistão


Número de americanos mortos em Janeiro/Fevereiro de 2008: 8. 
Número de americanos mortos em Janeiro/Fevereiro de 2009: 29.
É uma mudança em que um terrorista pode acreditar.
Com 36 000 tropas americanas já no Afeganistão e mais 19 000 a caminho, a “nação” centro-asiática está bem lançada para se tornar no Iraque da administração Obama. 
Ou não, que Obama tem a vantagem significativa de ter um cérebro funcional e uma economia tão disfuncional que a América não se pode dar ao luxo de brincar às super-prepotências como antigamente.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Se calhar deviam dizer-lhe qualquer coisa


Meses depois da sua eleição, a economia americana continua a fazer campanha por Barack Obama. Do The Onion, America's Finest News Source.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

É o fim do mundo


A UBS, o maior banco suiço, anunciou que vai revelar os nomes de alguns dos seus clientes.
Já não há nada sagrado.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Uma notícia disturbante


Começa com um título bombástico:
"Homem apanhado a fazer sexo com bonecas insufláveis no carro"
e acaba assim:
"Segundo a polícia, o homem poderá ir a julgamento por "disturbar a paz" num espaço público."

Retirado desta notícia no Expresso. Já que não pagam a jornalistas, ao menos arranjem tradutores de jeito.

Uma solução para o problema do Marxismo-Leninismo


Sibéria.

Uma solução para o problema do desemprego


Marxismo-Leninismo.

Uma solução para o excesso populacional


Casamento homossexual obrigatório para todos.

Uma solução para o problema do excesso de abortos


Liberalização do aborto.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mais parabéns atrasados



Charles Darwin fez 200 anos ontem.
Para a maioria das pessoas que vive em países civilizados, a sua Teoria da Evolução é um marco incontornável na história do conhecimento humano, uma das raras obras que mudou para sempre a maneira como nos vemos e como vemos o mundo.

Para uma minoria da humanidade, concentrada no Mid-West americano, é obra do demo. Descendentes de pessoas que não conseguiram encontrar o caminho para a Califórnia, os fundamentalistas cristãos locais continuam a apontar a sua própria existência como prova de que Darwin estava errado (mas talvez não apreciem o que torna o seu argumento válido).

Para quem tem um cérebro funcional, no entanto, quanto mais a ciência avança mais evidente se torna que, apesar de ter errado em muita coisa, Darwin estava certo no fundamental. 

Um mundo karaoke



Sempre que vais a um bar com karaoke ficas com vontade de bater em alguém? Compraste a Playstation para jogar o Grand Theft Auto com os amigos e acabaste a ouvir os filhos dos amigos a cantar o Mamma Mia no Singstar? 
Não estás sozinho. 

A exportação dos cravos



A fronteira de Gaza com Israel foi aberta ontem para deixar sair a primeira exportação do território em mais de um ano (fora foguetes).

A pedido especial do governo holandês e mesmo a tempo das encomendas do dia de São Valentim, Israel permitiu que os palestinianos exportassem 25.000 cravos, fechando rapidamente a fronteira depois do último camião ter passado.

Esta aparente melhoria de relações não passa de aparência mesmo: a última vez que os produtores de flores de Gaza puderam exportar os seus produtos foi, precisamente, a tempo do São Valentim de 2008. Não vai haver uma revolução dos cravos no Médio Oriente.

Antes do bloqueio, Gaza exportava 60 milhões de flores por ano. Como é que o negócio das flores se tem mantido desde 2007? Há sempre os enterros.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Terror 100% anormal



Estas imagens não correram o mundo, e foram incapazes de gerar uma onda de repúdio. Se o cartaz dissesse Death to all jews era um grande problema, mas como a ameaça é contra os sumos, então está bem?

O sumo, na sua diversidade de sabores, é uma parte integrante do modo de vida ocidental, especialmente de manhã cedo e à hora do lanche. Se não fizermos nada agora para proteger a liberdade de espremer fruta, o que se segue? Uma fatwa contra espremedores célebres? O Philippe Stark vai ter de dividir um loft com o Salman Rushdie?

Não me recordo do Profeta, que a paz esteja com ele, ter proibido o consumo de sumo, muito menos que todo o sumo mereça a morte. Alguém anda a ouvir o imã errado.

Para muitos puristas do Islão, a tradução do texto sagrado do Alcorão deve ser evitada, porque é difícil manter a perfeição e todo o sentido do original. Pelos vistos, alguns moços também têm dificuldades com a tradução de textos profanos.

A propósito de schadenfreude



Uma metáfora para a situação económica americana. 
Do New York Times.

Afinal, estava-se mesmo a ver


Apesar de mais de 100 anos a ser desacreditado pela falta de inteligência, incompetência e/ou fanatismo dos seus seguidores, Marx continua a ser relevante. Enquanto houver classes, a luta continua. E nunca vai deixar de haver classes.

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar
bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado
"
Karl Marx, Das Kapital, 1867

Toda a gente diz (agora) que a crise no sistema financeira era previsível. O que é interessante é descobrir há quanto tempo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O ódio de estimação


Milhares de portugueses odeiam Luís Felipe Scolari, pelo menos, desde o Campeonato Europeu.

Não foram as insuficiências da selecção portuguesa, ou o talento da selecção alemã, que provocaram o regresso a casa antecipado da Selecção portuguesa: foi o anúncio da sua saída da selecção a meio da competição que perturbou a concentração do Cristiano Ronaldo e deu cabo das aspirações de 10 milhões de pessoas, fora emigrantes.

Para cúmulo, foi para o Chelsea, o clube que nenhum português gosta de ver ganhar desde que despediu o “nosso” Mourinho.

Com duas razões para torcer contra o sucesso do Felipão, milhares de portugueses prepararam-se para aplaudir o seu inevitável falhanço. 7 meses depois, falhou, foi despedido e o país celebrou. Incha porco, que não há Santa que te valha agora.

A alegria foi tanta que nem repararam que ele saiu com a reputação internacional mais ou menos intacta (o patrão russo é que é maluco) e com 8,5 milhões de euros a mais na conta.
É muito bem feito.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ora pro nobis


Segundo a Igreja Católica, escapar aos tormentos do Inferno é relativamente simples. Basta confessar os pecados a um funcionário qualificado, como um padre, obter a absolvição rezando o Pai Nosso e/ou o Avé Maria na quantidade prescrita como penitência, e pronto. O único defeito do sistema é que só funciona para quem acredita mesmo nele, e a pessoa tem de morrer antes de cometer o pecado não confessado seguinte.

Mas o pacote confissão/absolvição não chega. Antes de ir para o Céu, há que pagar por esses mesmos pecados no Purgatório, uma espécie de check-in de aeroporto em dia de greve de zelo, com todos os voos cancelados até nova ordem.

Para diminuir ou eliminar por completo o tempo de espera, os Católicos tinham acesso às indulgências, mas desde o Concílio Vaticano II que a prática de oferecer indulgências teve o mesmo destino das missas em latim. O tempora, o mores.

Agora, a igreja procura recuperar um pouco da influência que perdeu sobre as nossas actividades no Além. A prática de dar indulgências regressou com o papa João Paulo II. A prática de as vender, que acabou em 1567 depois de um certo Martinho Lutero ter protestado, ainda não regressou, mas uma das melhores maneiras de conseguir uma é doar para uma caridade católica...

Mas não sejamos cínicos. O que importa é que um futuro no purgatório é outra vez uma coisa do passado.
Agora, sempre que fazemos qualquer coisa que a igreja diz que não devíamos estar a fazer (porque é divertido, por exemplo), já não temos de viver com o stress de uma eternidade de castigo.

O pecado está de volta.

Hope it works



O plano de Obama para remediar a crise foi finalmente aprovado pelo Senado. 
O efeito da notícia  foi imediato. Combinada com o anúncio de um novo bailout de Obama para o sistema financeiro, de 2,5 triliões de dólares, a emoção foi tanta que o mercado caiu a pique.
Viver na ilusão de que temos controlo sobre os agentes económicos deixa as pessoas abertas a estes pequenos desapontamentos.

Com um défice orçamental de um tamanho que raia o incompreensível, onde é que o governo americano vai buscar o dinheiro? Simples: o Federal Reserve tem uma impressora que só faz notas de dólar. 

Mata, esfola ou esfola até à morte


Os eleitores de Israel vão hoje às urnas para decidirem se o governo matou palestinianos que chegue (dando a vitória ao Kadima), se não matou os suficientes (dando a vitória ao Likud) ou se não deveria também andar a matar os árabes israelitas, cidadãos (de 2º) do estado judaico, (dando votos ao Yisrael Beitenu, tirando votos ao Likud e dando a vitória ao Kadima).
Aguardam-se os resultados com grande desinteresse.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Por causa das coisas


As forças armadas israelitas negam que tenham sido cometidos quaisquer crimes de guerra contra a população civil de Gaza durante a recente invasão do território.

Israel está de consciência tranquila. 

É pois curioso descobrir que, pela primeira vez na sua belicosa história, o Tsahal está a remover de documentos legais os nomes dos oficiais envolvidos na operação. Não vá o diabo tecê-las e eles serem acusados de crimes contra a humanidade por um tribunal qualquer de um país civilizado.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Omid we can believe in



O Irão lançou o seu primeiro satélite, Omid, para celebrar os 30 anos da revolução islâmica. Ao contrário das imagens forjadas em testes de lançamento de mísseis anteriores, parece que este aconteceu mesmo e o pequeno satélite está a ser seguido por astrónomos e cromos de todo o mundo, no seu percurso à volta da Terra. Mas não foi só o Omid a entrar em órbita. Por todo o mundo, analistas ganharam um novo fôlego na sua eterna busca de razões para todos termos medo da república islâmica.

O satélite tem usos militares? Não. O foguete Safir-2 que o lançou pode transportar uma ogiva nuclear? Não. O foguete em capacidade intercontinental? Também não, o seu alcance máximo seria de 2.500 km, e era se levasse uma ogiva convencional muito pequena.
Mas pode vir a ser um primeiro passo para que adquira essa capacidade no futuro, talvez, quem sabe. Afinal, eles são todos fanáticos suicidas, o país inteiro. E bons cientistas, ainda por cima.

Desde que a URSS lançou o Sputnik, apenas 8 países no mundo já demonstraram capacidade para colocar satélites em órbita.
Qualquer outro país teria sido elogiado pela comunidade internacional pelo seu feito tecnológico, por modesto que seja. Como é o Irão (e os americanos adoram olhar para o umbigo) o lançamento está a ser visto como nada menos que um desafio claro e directo ao presidente Obama. Até já se começa a falar de novas sanções e a pôr em causa a tal abertura a falar com os "inimigos" de que o candidato Obama tanto falava.

A propósito, Omid não quer dizer "matem todos os infiéis e destruam Israel". Quer dizer esperança. Parece que a América não detém a patente deste sentimento.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O anti-Obama



Michael Steele é o novo presidente da Comissão Nacional Republicana. Como se pode ver pela fotografia, é uma mudança em que podemos acreditar.

Ao fim de 155 anos de brancura maculada, os Republicanos elegeram um preto para um dos cargos mais importantes do partido. Obama que se cuide, que eles devem estar mesmo desesperados por voltar ao poder.

Segunda semana


Em nome da harmonia entre democratas e republicanos e dentro do novo espírito de reconciliação e abertura da Casa Branca, o novo presidente dos Estados Unidos da América anunciou que não vai haver investigações (logo, punição) aos membros da administração Bush. 

Esqueçam a corrupção, as guerras ilegítimas, a tortura como política oficial. Tanto os senhores que os autorizaram como os que as executaram podem ir para casa descansados. 

Nas palavras do Grande Redentor, a propósito dos operativos da CIA: 
"I don´t want them to suddenly feel like they've got to spend all their time looking over their shoulders and lawyering up.
Tradução: Deus nos livre que um torturador profissional da CIA pense que pode vir a ser responsabilizado pelo que andou a fazer. Obama não quer que os seus torcionários (sim, agora são dele) vivam "a olhar por cima do ombro". A sua profissão já provoca stress que chegue.

Ainda segundo Barack Obama, é preciso colocar o passado para trás e olhar apenas na direcção do futuro. O som de republicanos a rir e a suspirar de alívio fez-se ouvir um pouco por todo o mundo.

Junte-se a isto 2 membros do seu transparente gabinete a terem de desistir por causa de fugas aos impostos e a nomeação de um lóbista da indústria de armamento para nº2 do Pentágono. O "change we can believe in" começa a parecer-se demasiado com o "business as usual" a que o candidato Obama ia pôr um fim.

2 semanas e já fez asneira.

Adenda: Obama já veio a público dizer, e passo a citar, "I screwed up". Pelo menos admitir erros é um verdadeiro passo em frente em relação aos anos Bush. 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Uma solução possível para o terrorismo


Pena de morte para os bombistas suicidas. 

O fim de semana foi bom



Não vi um único noticiário, blog, jornal online ou offline, não vi nem os resultados nem as polémicas da jornada, não ouvi notícias na rádio nem falei com ninguém de como as coisas estão, estarão ou deviam estar. O mundo parece um local encantador quando não queremos saber do que se passa nele.