Mas o pacote confissão/absolvição não chega. Antes de ir para o Céu, há que pagar por esses mesmos pecados no Purgatório, uma espécie de check-in de aeroporto em dia de greve de zelo, com todos os voos cancelados até nova ordem.
Para diminuir ou eliminar por completo o tempo de espera, os Católicos tinham acesso às indulgências, mas desde o Concílio Vaticano II que a prática de oferecer indulgências teve o mesmo destino das missas em latim. O tempora, o mores.
Agora, a igreja procura recuperar um pouco da influência que perdeu sobre as nossas actividades no Além. A prática de dar indulgências regressou com o papa João Paulo II. A prática de as vender, que acabou em 1567 depois de um certo Martinho Lutero ter protestado, ainda não regressou, mas uma das melhores maneiras de conseguir uma é doar para uma caridade católica...
Mas não sejamos cínicos. O que importa é que um futuro no purgatório é outra vez uma coisa do passado.
Agora, sempre que fazemos qualquer coisa que a igreja diz que não devíamos estar a fazer (porque é divertido, por exemplo), já não temos de viver com o stress de uma eternidade de castigo.
O pecado está de volta.
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