Mas a coisa não podia ficar por aí. Os países novos-ricos são como as pessoas: querem ser reconhecidos como membros de qualquer coisa importante e exclusiva. E não descansarão enquanto a sua candidatura não for aceite, mesmo que o clube deixe de ser exclusivo porque eles passaram a fazer parte dele.
Com outros países a baterem à porta, de PNB em crescimento na mão, os G-8 começaram a ter cada vez mais países convidados.
Um grupo (China, Índia, Brasil, México e África do Sul) passou mesmo a ser conhecido como os G-5, e a reunião dos G-8 transformou-se num mais representativo mas caótico G-8 + 5. O objectivo dos G-5 é fazerem parte dos G-8, que passariam a ser os G-13. Enquanto isso não acontece, a missão dos G-5 é sabotar as decisões dos G-8 como irrelevantes porque não os incluem.
Além destes 13, costuma haver convidados adicionais, desde países (este ano é +1, o Egipto) a organizações internacionais. E é aqui que as coisas ficam realmente absurdas, com encontros de trabalho a listar os participantes como sendo os G-8 + 5 + 1 + 5
À medida que vai crescendo o número de membros, no entanto, a força dos G vai diminuindo. Por um lado, não pode ignorar os méritos das candidaturas de países como a China , a índia ou o Brasil. Por outro, e como qualquer clube exclusivo, a influência que exerce diminui um pouco com cada novo membro que aceita.
A reunião que realmente importa hoje em dia (segundo dizem) é a dos G-20, que são os G-8 + G-5 + 6 (Argentina, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, Coreia do Sul e Turquia) e ainda (porque França, Reino Unido, Itália e Alemanha não era suficiente), + 1, a União Europeia. Deve ser porque é um encontro dos ministros da economia e directores de bancos centrais, em vez de Berlusconis e criaturas do género.
O único mérito do G-8 + 5 ou do G-20 é demonstrar ao mundo, com a clareza que só os números podem ter, que os G-192 (mais conhecidos por ONU) são cada vez menos relevantes.
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