quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A democracia, enfim


Confrontada com provas crescentes de fraude eleitoral em grande escala, a comissão eleitoral afegã decidiu, este domingo, tomar medidas para que os votos irregulares não fossem contabilizados.
Segunda-feira, no entanto, quando se tornou evidente que descontar os votos fraudulentos impediria Karzai de chegar aos 50%, mudaram de ideias, poupando o presidente às indignidades de se submeter a uma segunda volta. Hamid Karzai obteve finalmente a maioria absoluta necessária para ser declarado vencedor nas eleições afegãs.
A fraude eleitoral foi tão descarada que as Nações Unidas tiveram a indelicadeza de pedir uma recontagem dos votos ao mesmo tempo que funcionários governamentais anunciavam triunfalmente os resultados.
Reconduzir um governo corrupto, impopular, incompetente e com ligações muito próximas ao narco-tráfico (o irmão do presidente é um dos sultões da droga locais) é fundamental para a estratégia americana de trazer a democracia à região. No entanto, a fraude deixa os EUA numa situação delicada: depois de toda a indignação com o roubo das eleições iranianas, com que cara é que podem continuar a declarar o seu apoio ao presidente reeleito?

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