Com um nível de aprovação mais baixo que o de Nixon no seu pior, Bush assiste impotente ao lento desmantelar do seu império do mal. Quando Cheney afirmou, no pós-11 de setembro, que a América tinha de descer ao "dark side" para lutar contra a Al Qaeda, poucos terão suspeitado como as coisas se iam tornar sombrias.
A maneira como o mundo via os Estados Unidos começou a mudar também. Da solidariedade e apoio incondicional que a América recebeu depois dos ataques de 11/9/2001, quando até os franceses disseram "somos todos americanos", passou a um misto de receio, incredulidade e desconforto. Nos países muçulmanos, no entanto, bastou ouvir Bush falar de uma nova Cruzada para que eles percebessem o que os esperava.
E porquê? A Al Qaeda é um inimigo tão poderoso que justifique que a América deixe de ser a terra dos livres? Nem por isso. Por muito terrível que o 11 de setembro tenha sido, os terroristas não têm capacidade para acabar com a civilização ocidental ou para derrotar a maior superpotência que o mundo já viu. Mas os políticos têm capacidade para o fazer, usando o terrorismo como desculpa.
A América não teve de mudar para pior para derrotar a Alemanha nazi ou ganhar a Guerra Fria. Comparar Bin Laden com Hitler ou afirmar que a Al Qaeda é uma ameaça tão grande como os nazis é ridículo, e é uma mentira cada vez mais difícil de engolir.
Agora, se Bush não fizer mais nenhuma aleivosia antes de sair pela porta pequena (como bombardear o Irão), o próximo presidente vai poder colocar o comboio da liberdade de volta nos carris. A América está de volta?
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