Depois do papel, da pólvora, da tinta da china e do crepe de legumes, a mais recente invenção chinesa a ganhar aceitação no ocidente é a tortura.
Se considerava os métodos de interrogação utilizados pelos americanos em Guantanamo e noutros locais como imorais e indignos de uma nação democrática, agora já sabe porquê.
Foi revelado que o manual de interrogação usado na guerra contra o terror é uma cópia exacta dum relatório da Força Aérea Americana sobre os métodos de interrogação utilizados pela China comunista durante a guerra da Coreia, para arrancar confissões aos prisioneiros americanos.
A única diferença é que, na época, eram denunciados como tortura e agora são uma ferramenta indispensável para vencer a Al Qaeda. Quando é que a tortura não é tortura? Quando somos nós a praticá-la.
Mas a maior preocupação aqui nem sequer é a moral.
Os chineses não estavam interessados em informações sobre o inimigo.
Os soldados americanos que eram "interrogados" segundo estes métodos confessavam de tudo um pouco, desde que envolvesse alguma forma de atrocidade. As autoridades chinesas filmavam estas falsas confissões para poderem mostrar ao mundo que o que eles diziam dos criminosos capitalistas americanos era mesmo verdadeiro.
Agora, os americanos usam os mesmos métodos para obterem informações sobre práticas terroristas a partir dos seus cativos. Com os mesmos métodos vão, certamente, obter os mesmos resultados.
A maior parte das pessoas que é torturada confessa seja o que for. Não porque seja necessariamente verdade, mas porque é o que o torturador quer ouvir. E é a única forma de fazer a tortura parar.
O que é mais preocupante em toda esta história é que, durante anos, políticos e generais andaram a tomar decisões baseadas nestas "informações".
Ao menos os chineses sabiam que as confissões eram propaganda. Os americanos pensavam que era informação.
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