No discurso mais importante, até agora, da sua presidência, Barack Obama falou dos problemas entre o ocidente e o mundo muçulmano sem usar a palavra terrorismo uma única vez. Reconheceu erros. Aceitou que os palestinianos fazem parte da espécie humana e que o seu sofrimento de 60 anos é intolerável. Disse que queria falar com o Irão, sem ameaças directas ou veladas e sem condições. Admitiu que o Hamas não pode ser ignorado e representa uma parte significativa do povo palestiniano. Criticou o estado dos direitos da mulher e dos cristãos coptas no Egipto, o país/ditadura anfitrião do discurso. Reiterou o seu apoio incondicional a Israel, mas afirmou que a Palestina também existe e também tem direito a ser um estado soberano. Disse que os colonatos israelitas são ilegais. Identificou o extremismo religioso como um inimigo comum de americanos e árabes. Não convenceu toda a gente, mas não podia ter marcado uma diferença maior nas palavras e na atitude em relação ao seu truculento antecessor.
Claro que palavras, só, não mudam nada. Mas um sorriso de Obama é mais perigoso para a Al-Qaeda do que todas as bombas lançadas durante os anos Bush.
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