sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Às armas


Apesar de só tomar posse em Janeiro, Barack Obama já começou a resolver a crise económica.
Com o crédito mal desbaratado e sem dinheiro na carteira, as pessoas estão a cortar o consumo na pior altura do ano possível para a maior parte dos comerciantes.

Mas há um ramo de negócio nos Estados Unidos que está a registar uma subida significativa no volume de vendas desde que Obama foi eleito: a venda de armas.

Na verdade, bastou a ameaça de que as eleições iam ser ganhas por um senhor preto chamado Barack, Hussein e Obama, para fazer as vendas disparar. A vitória do candidato democrata só veio reforçar a tendência geral do mercado.

Para os vendedores de armas, o presidente eleito não passa de um socialista que vai tirar as armas às pessoas honestas e estabelecer um estado policial centralizado. Em privado, no entanto, agradecem a Santa Bárbara pela eleição de Obama. É bom para o negócio.

Esta corrida ao armamento doméstico tem a ver com o tradicional receio de que uma administração democrática acabe com o direito de ter armas consagrado na constituição.

Apesar de a campanha de Barack Obama ter afirmado que ele ia manter todos os direitos dos proprietários de armas, podia estar a dizer coisas só para ser eleito. Afinal, ele é um político. Para muitos compradores, trata-se simplesmente de ser cauteloso. Comprar agora antes que acabe, que as leis não têm efeitos retroactivos. O mercado de armas, parece, funciona ao contrário da Bolsa: quanto maior a incerteza política, melhor o negócio.

E depois, há sempre aquele elemento meio alucinado da sociedade americana que acha que um Obama na Casa Branca é um prenúncio do apocalipse, e que é melhor estar preparado para receber as hordas minoritárias que vão destruir tudo o que há de bom, puro e branco (são sinónimos) na América.

Durante a campanha, Barack Obama foi muito criticado por ter afirmado que os americanos têm tendência para se agarrarem às armas e à religião em tempos de adversidade. A bonança na venda de armas revela uma das razões porque ele ganhou as eleições: conhece muito bem o seu eleitorado.

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