Num gesto de desafio, ou indiferença, aos esforços da comunidade internacional para os deter, um grupo de piratas da Somália capturou mais um navio. E não foi um navio qualquer, é a maior presa capturada por piratas de sempre, Barba Negra e Capitão Morgan incluídos.
O superpetroleiro Sirius Star, transportando mais de 100 milhões de dólares em crude, foi atacado ao largo da costa queniana. Depois de abordado, o navio foi levado para águas próximas da costa da Somália, onde ficará ancorado até o resgate ser pago. Não se receia pelos 25 tripulantes a bordo porque os somalis costumam tratar bem os marinheiros capturados. É só um negócio.
Apesar da sua carga extremamente valiosa (ou por causa dela), não é possível prever quando é que o Sirius Star será libertado. É que os donos são os sauditas da Aramco, e talvez eles não estejam com muita pressa. A OPEC anda há semanas a tentar travar a descida do preço do petróleo. Cortes de produção, ameaças de cortes de produção, nada parecia resultar. A simples captura deste navio, no entanto, levou a uma subida imediata do preço do barril de petróleo.
Se os proprietários conseguirem arrastar as coisas por uns tempos, ou gerar insegurança relativamente a novos ataques, sabe-se lá onde os preços poderão chegar. Quem diria que a solução para os países exportadores de petróleo podia estar mesmo à sua porta, num dos países mais pobres do mundo, sem governo, petróleo ou riquezas de espécie alguma.
E o futuro da pirataria promete.
Com 329 metros de comprimento e uma tonelagem 3 vezes maior que a de um porta-aviões americano, a visão deste gigante dos mares a ser tomado por somalis em barquinhos com motor fora de borda, debaixo dos narizes de várias marinhas ocidentais, é pelo menos tão inspiradora como a história de Aljubarrota, de David e Golias ou de Tom & Jerry. Os pastorinhos de cabras somalis já sabem o que querem ser quando crescerem.
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