segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Israel 900 - Hamas 13


A luta contínua. 
O governo de Israel afirma que está perto de atingir os seus objectivos na guerra contra o Hamas. Mas os media israelitas afirmam que o primeiro ministro, o ministro dos negócios estrangeiros e o ministro da defesa não se entendem quanto ao que esses objectivos devem ser ou quando e como é que a intervenção militar deve acabar. 

É sempre um erro ir para a guerra sem um objectivo claro. 
Neste caso, o exército israelita tem vários: destruir os túneis de contrabando, arrasar a infraestrutura do Hamas, acabar com os lançamentos de foguetes, evitar baixas civis excessivas, tentar não sofrer baixas e tornar a situação tão má para os palestinianos em Gaza que eles acabem por se virar contra o seu governo (o Hamas democraticamente eleito) e se rendam. 
É neste último objectivo que os políticos israelitas e ocidentais parecem colocar as suas esperanças. 

Hitler também achava que os ingleses se rendiam se fossem bombardeados o suficiente, e toda a gente sabe como isso acabou. O que é que eles pensam? Se o Hamas porventura tivesse bombardeiros avançados de fabrico americano e os enviasse, sem oposição, para bombardear Telavive, os israelitas rendiam-se? Ou uniam-se mais para derrotar um inimigo cruel que ameaça a sua própria existência?

Israel precisa de sair da Faixa de Gaza com ar de quem ganhou. 
Mas sem uma reocupação prolongada do território, nunca conseguirão impedir os palestinianos de fazerem túneis, de lançarem foguetes ou de apoiarem o Hamas. Como a última coisa que o governo e exército israelitas querem é voltar a ocupar Gaza, isso significa que não vão conseguir alcançar nenhum dos objectivos que se propuseram.

Que alternativas é que os palestinianos têm? 
Sem túneis ficam à mercê dos caprichos da potência ocupante, que fecha todas as entradas no território quando lhe apetece e pelo tempo que lhe apetece. 

Sem Hamas vão votar numa Fatah corrupta e brutal que perdeu decisivamente as eleições em 2006 e perde um pouco mais de credibilidade todos os dias. 

E sem os foguetes, sem violência, alguma vez vão receber concessões de Israel? 
Os israelitas nunca teriam saído do Líbano se a sua invasão não tivesse criado o Hezbolá. O estado sionista nunca teria existido sem as acções terroristas do Irgun. Nesta parte do mundo, o terror funciona e Israel é a prova viva. 

Lutar contra a potência ocupante é um direito e um dever dos povos ocupados. Já é tempo dos palestinianos verem o seu direito de fazer frente a Israel ser reconhecido.

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