segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mais vale nunca que tarde?


Ehud Olmert, o ex-primeiro ministro de Israel afastado do cargo por suspeitas de corrupção, afirmou numa entrevista o que nenhum primeiro ministro israelita alguma vez confessou em público.

Israel tem de sair dos Territórios Ocupados, por inteiro. No caso de ficarem com alguma parte da Margem Ocidental, devem ceder território equivalente noutro local. 
O estado Judeu tem de renunciar a Jeruslém Oriental, com algumas concessões especiais no acesso aos lugares santos da parte da Autoridade Palestiniana. Os 270 mil residentes árabes de Al-Quds são uma realidade incontornável, e ninguém quer que eles passem a ser cidadãos israelitas.
Os Montes Golã têm de ser devolvidos à Síria, com a contrapartida de esta deixar de apoiar o Hezbolá. 
Um eventual ataque de Israel ao Irão foi descrito como megalomania e falta de noção de realidade. O assunto deve ser deixado à comunidade internacional.
A doutrina de defesa Israelita é baseada, desde 1948, na teoria de que a ocupação de cada colina, de mais um metro de deserto é fundamental para a defesa e sobrevivência da nação. Olmert afirma que ninguém acredita realmente que isso faça alguma diferença para a segurança de Israel. Cada nova ocupação acaba por gerar novos problemas (ver guerras de 48, 56, 67, 73, 82).

Olmert continua a funcionar como primeiro ministro interino, até o seu sucessor formar um governo de coligação. O que quer dizer que não tem poder para fazer o que afirma achar que deve ser feito, depois de ter andado a fazer outra coisa quando tinha esse poder. 

A direita Israelita já veio dizer que estas afirmações são irresponsáveis e ameaçam a própria existência do estado de Israel. 
Os palestinianos, esses, aprovam as palavras. Mas eles sabem melhor que ninguém a diferença entre palavras e actos. E fazem, talvez, a mesma pergunta que ocorre a boa parte das pessoas que vêem esta notícia: 
Agora é que ele ganha uma consciência?

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