Quando o gigante dos seguros A.I.G. disse que precisava de ajuda, pediu 40 mil milhões de dólares ao governo americano.
Quando o Federal Reserve Bank, depois de muita discussão política, se decidiu pela intervenção, a conta já tinha subido para 85 mil milhões de dólares, mas o estado ficou com 80% da empresa e o dinheiro dos contribuintes seria recuperado com a venda de partes da companhia.
Afinal, era só o começo: a A.I.G. precisava de mais e a factura já subiu para os 123 mil milhões de dólares. As contas destas empresas parecem obras públicas: ultrapassam sempre o que estava no orçamento.
Esta hemorragia de capital público foi o momento em que os defensores do capitalismo mais desregulado (em todos os sentidos) se convenceram das virtudes da intervenção estatal. Seguiu-se o bailout de George Bush. E, claro está, seguiu-se o triste espectáculo de ver os executivos da A.I.G. a oferecerem a si mesmos férias de 400 mil dólares em spas de luxo. Deve ser para melhorar o espírito de equipa.
Toda a gente que esteve contra este bailout e contra o bailout gigante que se seguiu sabia que coisas como esta iam acontecer. Ou suspeitava. Por isso é que exigiam que o dinheiro fosse empregue de outra forma ou, no mínimo, que a sua utilização fosse rigorosamente supervisionada.
O que impressiona mais em tudo isto não é a boçalidade dos executivos da A.I.G. ou a ingenuidade (será que é mesmo?) dos políticos. É a lata.
Eles sabiam que o seu comportamento javardo ia fazer notícia. Mas continuaram a chafurdar porque não querem saber.
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